O Brasil decidiu mais uma vez não adotar o horário de verão em 2024, seguindo a mesma linha dos anos anteriores. O governo federal justificou que a medida já não traz os benefícios energéticos que outrora justificavam sua implementação. Com essa decisão, o debate sobre a volta do horário de verão reacende nas conversas dos brasileiros, que se dividem entre os prós e contras da mudança.
Por que o horário de verão foi extinto?
O horário de verão, que consistia em adiantar os relógios em uma hora durante parte do ano para economizar energia, foi uma medida implementada no Brasil em 1931 e que durou até 2018. Inicialmente, a ideia era reduzir o consumo de eletricidade durante o período noturno, quando a demanda era maior.
No entanto, nos últimos anos, a economia gerada pela mudança foi considerada insuficiente, com o Ministério de Minas e Energia apontando que os avanços tecnológicos e mudanças no perfil de consumo da população diminuíram a relevância da medida. O uso crescente de aparelhos como ar-condicionado durante os meses mais quentes também contribuiu para neutralizar os benefícios que a alteração no horário costumava proporcionar.
Impactos da decisão de não retornar com o horário de verão
Com o Brasil fora do horário de verão em 2024, diversas áreas da sociedade e economia continuam sem o ajuste temporal. Setores como o turismo, por exemplo, já manifestaram que a medida impacta na dinâmica do setor, que lucrava com os dias mais longos, incentivando passeios e atividades ao ar livre no fim da tarde.
Por outro lado, para a população em geral, a extinção do horário de verão é vista de maneira positiva por muitos, que alegam sentir menos desconforto físico e ter uma rotina mais regular sem a mudança de horários. A adaptação ao novo horário, nos primeiros dias, sempre foi um ponto de queixa, sendo considerada uma interrupção no ciclo do sono e até mesmo causadora de problemas de saúde, segundo alguns especialistas.
O que dizem os especialistas?
Economistas e especialistas em energia afirmam que, com as mudanças no perfil de consumo de eletricidade no Brasil, o horário de verão deixou de ser vantajoso como no passado. Estudos indicam que a economia de energia proporcionada pela medida chegou a ser inferior a 0,5% em alguns estados, valor insuficiente para justificar a mudança nos hábitos de milhões de brasileiros.
Além disso, argumenta-se que, com a modernização do setor elétrico e o aumento na geração de energias renováveis, a necessidade de se adotar o horário de verão se tornou obsoleta. A decisão do governo em manter o país fora do horário de verão é respaldada por esses dados, apesar das discussões entre diferentes setores da sociedade.
A decisão é definitiva?
Embora o governo tenha decidido não implementar o horário de verão em 2024, isso não significa que a discussão está encerrada para os próximos anos. Como o debate continua, especialmente com a pressão de setores que ainda veem benefícios na mudança, é possível que a questão seja reavaliada em futuros governos. O horário de verão sempre foi uma medida polêmica no Brasil, e sua volta dependerá de análises sobre o comportamento do consumo energético e os impactos sociais e econômicos da medida.
Para 2024, no entanto, a decisão já está tomada: os brasileiros continuarão sem adiantar seus relógios em uma hora nos meses de primavera e verão, mantendo a rotina como nos últimos anos.