Na tarde desta segunda-feira, 14 de agosto, os trabalhadores do metrô de São Paulo estão reunidos para decidir sobre uma possível greve a partir de terça-feira, 15 de agosto. A assembleia, marcada para as 18h, tem como objetivo discutir ações em protesto contra a privatização das linhas de metrô e trem, bem como em busca de melhorias no serviço prestado à população.
O Sindicato dos Metroviários, principal porta-voz da categoria, sustenta que a privatização, defendida pelo governador Tarcísio de Freitas desde sua eleição, resultará em um serviço de qualidade inferior e em um aumento nas tarifas. Um exemplo citado é a administração das Linhas 8 e 9 pela Via Mobilidade desde o início do ano, que tem sido marcada por falhas frequentes, impactando negativamente os usuários. O sindicato aponta ainda que tais contratos de privatização garantem lucros para as empresas privadas por até 30 anos e permitem a realocação de fundos do metrô público e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para as entidades privadas.
A decisão da greve surge em resposta à publicação de um edital que visa terceirizar os serviços de manutenção dos trens da Linha 15 – Prata (monotrilho) e às notícias sobre a tentativa do grupo CCR de anular a decisão que cancelou o leilão de entrega da mesma linha. O sindicato questiona o edital e busca barrar a privatização da Linha 15 – Prata, reforçando a importância de investimentos públicos.
A paralisação também é um protesto contra a demissão de três funcionários após um acidente envolvendo duas composições da Linha 15 – Prata. O sindicato argumenta que as falhas operacionais frequentes na linha contribuíram para o incidente, e que os funcionários demitidos são apenas uma parte do problema.
A presidente do Sindicato dos Metroviários anunciou a intenção de realizar um plebiscito para ouvir a opinião pública sobre a privatização do metrô, CPTM e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que também está nos planos de privatização do governo estadual. O plebiscito está programado para setembro, com uma mobilização conjunta agendada para outubro.
Em meio a essa tensão entre os trabalhadores e o governo, o futuro do sistema de transporte público de São Paulo permanece incerto. A população aguarda com atenção as decisões que afetarão diretamente suas vidas e mobilidade urbana.