Quem cresceu nos anos 1980 e 1990 certamente teve ou sonhou em ter um Discman. Para quem não está acostumado com a expressão trata-se do tocador portátil de CDs lançado pela Sony em 1984, mas acabou se tornando uma metonímia para esse tipo de dispositivo.
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Na primeira metade dos anos 1980, o compact disc era uma aposta da indústria fonográfica para oferecer um produto em formato de áudio digital e que aparentemente tinha mais qualidade de áudio mais limpa que os discos de vinil. Na verdade, não é bem assim, mas como não dependia de um processo analógico para levar o áudio até a caixa, não há interferências.
Para a indústria era um processo mais simples de produção, que dispensava os métodos de prensagem convencionais. E logisticamente, também era mais prático. Sem contar que vendia a modernidade, com os reluzentes discos prateados.
Mas era preciso tornar a tecnologia popular. A Sony tinha o seu tocador CPD-101 de mesa. Um aparelho sofisticado, mas era um trambolho. Daí surgiu a ideia de desenvolver uma versão portátil, algo que era complicado para os tocadores de vinil, que obrigatoriamente deveriam ficar estáticos para funcionar corretamente.
Foi aí que surgiu o D-50 CD Compact Player. O aparelho trazia mecânica miniaturizada do CDP-101. Ainda sem ter a pretensão de ser um substituto do Walkman, que vendia muito, o portátil era alimentado por uma fonte 9V, que era ligado à tomada. Mas a Sony desenvolveu um sistema de alimentação portátil que era acoplado e permitia tocar os discos em locais sem corrente elétrica.
Seu design era interessante e tinha dimensões não muito diferentes da embalagem dos CDs. A parte frontal contava com uma pequena tela LCD que trazia a faixa e o tempo restante de cada música. Botões de reprodução, parada, pausa, abertura da tampa e volume se acomodaram na “frente” do D-50.
Com a popularidade do aparelho, a Sony resolveu sofisticar o aparelho e desenvolveu as primeiras versões que utilizam pilhas e rebatizou o portátil de Discman, aproveitando a similaridade com o Walkman, mas sem opção de rádio AM/FM do irmão mais velho.
O aparelho se tornou um sucesso e fez com que a venda de CDs disparasse no Japão e nos Estados Unidos. Com o passar dos anos, a Sony lançou diversas versões do Discman que traziam mais eficiência das baterias, sistemas de amortecimento e até mesmo pré-carregamento das faixas para evitar os irritantes “pulos” durante as faixas.
A Sony inclusive lançou uma edição destinada para uso em automóveis, o Car Discman, que era maior, com sistema de amortecimento, conector para saída 12V e conexão via fita K7. Era a popularização do disco laser.
Com o sucesso, praticamente todos os fabricantes de eletrônicos, como Panasonic, Aiwa, RCA e similares passaram a contar com seus tocadores portáteis, que acabaram sendo chamados popularmente de Discman, apesar de o nome ser registrado pela Sony.
Estimativas apontam que entre 1984 e 1998, apenas a Sony tinha vendido mais de 50 milhões de unidades do Discman. Hoje, a Sony não fabrica mais o Discman, mas ainda é possível comprar tocadores portáteis partindo de R$ 120 mil, o que se torna uma boa opção para escutar aquele monte de CDs que estão esquecidos numa caixa.
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